Quando um designer trabalha num projeto digital ou de impressão, a cor aparece sempre sob diferentes formatos. Para web surgem códigos HEX. No software de edição usam se RGB ou HSL. Na gráfica tudo acaba em CMYK. Embora pareça tudo “a mesma cor”, a verdade é que cada sistema descreve cor de forma completamente diferente. E compreender estes sistemas é essencial para evitar surpresas, manter consistência visual e preparar ficheiros de forma profissional.
Este artigo explica, de forma clara e em português de Portugal, o que significa cada um destes formatos, quando usar qual e porque não são intercambiáveis sem cuidado.
O que é cada sistema de cor
1. HEX
A linguagem visual da web
O HEX (hexadecimal) é a forma como navegadores e CSS descrevem uma cor.
É sempre composto por seis caracteres, por exemplo:
#FF5733
#0080FF
#0A0A0A
Cada par representa a intensidade de vermelho (R), verde (G) e azul (B).
Ou seja, HEX é apenas RGB escrito de forma diferente.
HEX é óptimo para
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web design
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UI/UX
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estilos em CSS
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landing pages e apps
Mas… é limitado ao universo digital. Não serve para impressão sem conversão.
2. RGB
Luz, ecrãs e tudo o que brilha
RGB significa Red, Green, Blue. É o modelo de cor usado em ecrãs.
Os valores vão de 0 a 255 em cada canal. Exemplo:
RGB(255, 87, 51)
Mais luz = cor mais brilhante.
Menos luz = cor mais escura.
RGB é ideal para
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design digital
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fotografia
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vídeo
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mockups enviados ao cliente
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redes sociais
Mas RGB não existe no papel. Na gráfica, mais cedo ou mais tarde, terá de ser convertido para CMYK.
3. HSL
A forma mais humana de pensar cor
HSL significa Hue, Saturation, Lightness.
Ou seja: matiz (o “tom”), saturação (intensidade) e luminosidade (clareza).
Exemplo:
HSL(12°, 90%, 60%)
HSL é extremamente útil em design digital porque
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permite ajustar uma cor mantendo o “tom”
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facilita criar paletas equilibradas
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é mais intuitivo do que RGB
É também útil para branding digital: uma marca pode controlar variações mantendo o mesmo hue.
4. CMYK
O mundo real da impressão
CMYK significa Ciano, Magenta, Amarelo e Preto (Key).
Ao contrário do RGB, CMYK não adiciona luz; subtrai-a.
É o sistema usado em praticamente todas as gráficas.
Exemplo:
CMYK(0, 65, 85, 0)
O papel não emite luz, apenas reflecte-a.
Por isso, CMYK tem limitações: certos verdes e azuis vivos simplesmente não existem.
Daí a diferença entre “o que vejo no ecrã” e “o que sai na impressão”.
CMYK é obrigatório para
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flyers
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cartões de visita
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catálogos
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embalagens
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grande formato
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tudo o que sai em tinta
Como estes sistemas se relacionam
HEX é apenas RGB escrito de outra forma
Qualquer cor HEX pode ser convertida para RGB sem perda.
Não há diferença real — apenas formato diferente.
Exemplo
HEX #FF5733 → RGB(255, 87, 51)
RGB e HSL descrevem a mesma cor de maneiras diferentes
HSL é só uma outra forma de “falar” RGB.
A cor é a mesma; apenas o modelo muda.
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RGB é técnico
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HSL é intuitivo
CMYK é um mundo à parte
RGB/HSL/HEX representam cor em luz.
CMYK representa cor em tinta.
A passagem de RGB para CMYK nunca é perfeita.
É como tentar pintar o brilho de um ecrã com tintas físicas — impossível.
Por isso designers devem
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trabalhar em RGB
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fechar o ficheiro em CMYK (de preferência no perfil da gráfica)
Em Portugal, muitas gráficas continuam a usar ISO Coated v2 (Fogra39) para papel couché.
Porque uma cor digital nem sempre imprime igual
1. O RGB tem uma gama muito maior
Cores “neon”, azuis eléctricos e verdes vibrantes podem existir no RGB.
Em CMYK, muitas dessas cores precisam de ser “puxadas para dentro” do gamut.
2. Monitores enganam
Modo “vívido”, brilho no máximo, gamma errado — tudo altera a percepção.
3. O papel tem limites
Couché, não couché, reciclado… cada um reflecte a luz de forma diferente.
Quando usar cada sistema
HEX
Sempre que estiveres a trabalhar para web.
RGB
Sempre que estiveres a trabalhar no ecrã (UI, redes sociais, vídeo, fotografia).
HSL
Quando estiveres a criar paletas de cor equilibradas e coerentes para interface digital.
CMYK
Sempre que estiveres a preparar ficheiros para gráfica, embalagem ou grande formato.
Boas práticas para evitar surpresas
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Trabalhar em RGB ou HSL até à fase final
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Converter para CMYK apenas no fecho
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Usar o perfil correcto da gráfica (ex.: ISO Coated v2, PSO Uncoated)
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Exportar em PDF/X-4 com Output Intent
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Evitar criar branding apenas com cores impossíveis de imprimir
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Pedir prova de cor quando a cor é crítica
Conclusão
HEX, RGB e HSL pertencem ao mundo digital.
CMYK pertence ao mundo da impressão.
Saber a diferença entre estes sistemas — e como se convertem — é uma das competências práticas mais importantes para qualquer designer que trabalhe tanto em ecrã como em papel.
Dominar estes modelos garante cores consistentes, menos revisões, menos surpresas e muito mais confiança no processo de produção. E quando esse trabalho precisa de passar finalmente do digital para a impressão real, a Webnial Gráfica Online é a melhor gráfica portuguesa para transformar cor em qualidade.

