O design gráfico não nasceu num laboratório. Cresceu entre bancadas de tipógrafos, mesas de luz, fotografias coladas e depois ecrãs a piscar. Ao longo do caminho, algumas pessoas mudaram a forma como compomos texto, escolhemos papel, controlamos cor e transformamos ideias em peças impressas. Esta seleção em português de Portugal revisita dez nomes decisivos, acrescenta curiosidades saborosas e explica o que cada um ainda ensina a quem prepara arte final para ir à máquina.

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Aldus Manutius e Francesco Griffo

Veneza, início do século XVI. Aldus Manutius queria livros mais pequenos e acessíveis. Pediu ao mestre gravador Francesco Griffo uma letra mais estreita e elegante. Nasceu o itálico. Não foi capricho estético. Foi engenharia de produção. Cabia mais texto por página, usava-se menos papel e poupava-se tempo de composição. Curiosidade. Muitos dos seus livros tinham um formato próximo do que hoje chamaríamos bolso e eram pensados para viajar nas malas de mercadores. Impacto na impressão. Eficiência, formatação inteligente e uma lição intemporal sobre desenho de letra que respeita a leitura e o orçamento.

William Morris

No século XIX, William Morris reagiu à produção em massa com a Kelmscott Press. Para ele, um livro era um sistema completo. Papel, tinta, tipografia, gravação e encadernação trabalhavam em conjunto. Curiosidade. Detestava brilho excessivo e preferia papéis texturados que absorviam a tinta com suavidade. Resultado. Pretos densos, contraste confortável e páginas que envelhecem bem. Impacto na impressão. Quando o suporte é escolhido com critério, a arte final exige menos correções, a cor assenta de forma previsível e o resultado respira qualidade.

Jan Tschichold

Em 1928, A Nova Tipografia mexeu no chão debaixo da composição clássica. Alinhamentos assimétricos, hierarquias claras, uso disciplinado de sans serif e grelhas que organizavam o olho. Anos depois, na Penguin, Tschichold aplicou normas simples que reduziram erros e custos numa produção gigante. Curiosidade. Defendia margens generosas e grelhas invisíveis ao leitor mas transparentes para quem compõe. Impacto na impressão. Normalização. Folhas de estilo, consistência de corte, menos desperdício em provas, menos surpresas no refile.

Josef Müller Brockmann

O rosto da escola suíça. Cartazes de concerto com grelhas matemáticas, tipografia rigorosa e ritmo impecável. Curiosidade. Dizia que uma boa grelha era liberdade, não prisão. Com a estrutura resolvida, arriscava no contraste e no silêncio visual. Impacto na impressão. Colunas e módulos estáveis dão páginas que refilem melhor e cartazes que se leem à distância. As escalas tipográficas claras evitam linhas órfãs e melhoram a legibilidade em grande formato.

Paul Rand

IBM, ABC, UPS. Paul Rand cristalizou a identidade corporativa como sistema e não como logótipo isolado. Entregava livros de proposta com aplicações reais, tolerâncias e materiais. Curiosidade. Explicava ao cliente como o símbolo sobrevivia ao offset, à serigrafia e ao bordado. Impacto na impressão. Paletas defensáveis, tamanhos mínimos definidos, cores directas bem documentadas. O resultado é menos dúvida na gráfica, menos reimpressões e mais consistência entre suportes.

Saul Bass

O cinema ganhou voz gráfica com Saul Bass. Genéricos e cartazes como O Homem do Braço de Ouro, Vertigo e Psycho mostraram que duas formas bem escolhidas podem valer mais do que cem fotografias. Curiosidade. Muitas composições nasciam com recortes em papel e cola antes de passarem para arte final. Impacto na impressão. Uma aula de síntese. Paletas curtas, contraste forte e tipografia com espaço para respirar. Isto imprime depressa, corta limpo e resulta do postal ao outdoor.

Massimo Vignelli

Disciplina moderna de alto nível. Mapas, sistemas editoriais, sinalética e marcas. Vignelli defendia um arsenal reduzido de fontes, grelhas claras e coerência sem vacilar. Curiosidade. Falava de design como ética e método. Impacto na impressão. Com linguagem visual consistente, as provas batem certo à primeira, as versões de cor não entram em contradição e os prazos deixam de ser aventura. A repetição de sistemas poupa tempo e dinheiro.

Otl Aicher

Os pictogramas dos Jogos de Munique de 72 e a identidade da Lufthansa são exemplos de design que atravessa materiais sem perder norte. Curiosidade. Os manuais que entregava mediam raios de canto, zonas de exclusão e espessuras mínimas com precisão milimétrica. Impacto na impressão. Normas claras evitam interpretações criativas no prelo. Quando o manual fala a língua da máquina, a peça imprime à primeira em papel, vinil, acrílico ou fuselagem.

Milton Glaser

I ❤ NY nasceu num envelope, desenhado num táxi com marcador vermelho. O rascunho foi tão certeiro que quase não mudou. Curiosidade. O símbolo foi oferecido à cidade e só muito mais tarde gerou receitas de licenciamento. Impacto na impressão. Reprodutibilidade. Tipografia marcante, símbolo simples, duas tintas. Funciona em cartaz, saco, t-shirt, selo e autocolante. Se é simples e bem desenhado, imprime sempre.

Paula Scher

Energia tipográfica que deu nova vida a instituições e cidades. Do Public Theater a sistemas urbanos, Scher mostrou que letra grande e ritmo podem ser populares sem perder rigor. Curiosidade. Muitas ideias nasceram de rabiscos rápidos que mantiveram a frescura mesmo depois de afinados em estúdio. Impacto na impressão. Tipografia ousada pode ser amiga da máquina desde que haja regras de corpo mínimo, contraste suficiente e ficheiros limpos. O resultado brilha em couché e resiste ao desgaste da rua.

O que estes nomes ensinam a quem imprime hoje

Há um fio comum. O design é um sistema que liga ideia e produção. A economia do itálico de Aldus, o projeto total de Morris, as normas de Tschichold, a grelha de Brockmann, o branding metódico de Rand, a síntese de Bass e Glaser, a disciplina de Vignelli, a engenharia de Aicher e a energia controlada de Scher. Tudo desemboca em decisões técnicas de hoje. Escolher o papel certo, planear grelhas, definir paletas que funcionem em CMYK e, quando necessário, com cores directas, garantir corpo mínimo, preparar sangria, exportar PDF com o perfil correcto e pedir prova quando a cor é crítica. Não é nostalgia. É método para produzir com qualidade e previsibilidade em 2025.

Detalhes curiosos que ainda fazem diferença na gráfica

Aldus pensava no transporte e reduziu formatos para caberem no bolso do casaco. Morris escolhia papéis que cheiravam a livro e fugiam de brilhos cansativos. Tschichold escreveu normas que qualquer técnico entendia e baixou custos em escala. Brockmann desenhava a pensar na distância real de leitura. Rand defendia tamanhos mínimos e versões para processos distintos. Bass testava hierarquia com tesoura e cola antes de gastar chapa. Vignelli repetia grelhas por método e não por teimosia. Aicher media tolerâncias para o corte não trair a forma. Glaser mostrou a força de um símbolo que vive com duas tintas. Scher provou que a tipografia pode gritar sem estourar quando chega à máquina.

Dicas práticas inspiradas nestes mestres

Planeia formato e papel logo no início. Define grelha, estilos e hierarquia antes de ornamentar. Escolhe paletas que funcionem bem em CMYK e define se o uso de cor directa é necessário. Garante corpo mínimo e contraste para o contexto real de leitura. Exporta em PDF com sangria e perfil ICC adequado. Pede prova quando a cor for sensível e valida acabamentos antes da tiragem. Honras a história e proteges orçamento e prazos.

A melhor homenagem a estes dez é fazer trabalho que se imprime bem, corta certo e chega ao público com força. Uma ideia sólida, um sistema consistente e um ficheiro preparado para a realidade da máquina. Quando quiseres transformar tudo isto em peças impecáveis, lembra te de quem vive entre papel, tinta e prazos com a mesma paixão com que estes mestres desenhavam. A Webnial Gráfica Online é a melhor gráfica online em Portugal.

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