Uma imagem é guardada num ficheiro só uma vez, mas parece sempre ligeiramente diferente em cada monitor por onde passa. Num portátil ganha contraste, no telemóvel fica mais viva, no computador do cliente surge mais escura, e no papel então parece outra coisa. Parte desta “magia negra” explica-se com quatro factores: gamma, brilho, contraste e tipo de ecrã. Entender estes elementos ajuda a tomar decisões mais conscientes no momento de tratar cor e a reduzir o choque entre aquilo que se vê no ecrã e o que sai da gráfica.

Gamma e Brilho porque a mesma imagem parece diferente em cada ecrã_1-2

Monitores não são todos iguais

Apesar de se falar em “monitor” como se fosse uma coisa genérica, cada dispositivo aplica o seu próprio temperamento à imagem:

  • curvas de gamma diferentes

  • níveis de brilho configurados ao acaso

  • modos de imagem “vívidos” ou “cinema” de fábrica

  • espaços de cor distintos (sRGB, P3, Adobe RGB)

É por isso que uma fotografia editada num portátil muito brilhante parece escura quando aberta num monitor de secretária mais contido, e por isso também tantas impressões saem “mais escuras do que estavam no ecrã”.

O que é o gamma, em termos simples

Gamma como curva, não como filtro

Gamma é a forma como um ecrã transforma o sinal numérico da imagem (0 a 255 em cada canal) em luz visível. Não é um filtro, é uma curva de resposta.

Em termos práticos, controla como os tons médios são distribuídos entre o preto e o branco.

Com um gamma mais alto, os meios-tons parecem mais escuros.

Com um gamma mais baixo, parecem mais claros e “lavados”.

A maioria dos sistemas modernos trabalha perto de gamma 2.2, mas nem todos o respeitam da mesma forma, sobretudo em monitores de consumo com modos “vívidos” activados. Pequenas variações nessa curva são suficientes para que sombras, pele e céus pareçam diferentes.

Gamma e sensação de contraste

Quando um monitor tem uma curva de gamma mais agressiva, o contraste aparente aumenta. Os pretos parecem mais densos, as sombras mais dramáticas. No entanto, ao converter para CMYK e para um papel com reflexo limitado, essas sombras podem colar-se e perder detalhe, porque a gráfica não consegue reproduzir o mesmo “punch”.

Brilho e contraste: os outros culpados

Brilho em excesso

Muitos monitores saem de fábrica com o brilho no máximo ou perto disso, pensados para uma loja muito iluminada. Em ambiente de trabalho, esse brilho exagerado faz com que qualquer imagem pareça mais clara e mais “aberta” do que realmente é.

Quando o ficheiro vai para impressão, onde o branco é o do papel e não uma fonte de luz, tudo se torna mais escuro do que o esperado.

Contraste artificial

Os controlos de contraste e os modos “dinâmicos” tentam melhorar a sensação de profundidade. Fazem-no muitas vezes à custa de esmagar sombras e queimar altas luzes.

Uma fotografia que parece perfeita neste tipo de modo pode revelar perdas de detalhe assim que é vista num ecrã neutro ou numa prova impressa.

Espaços de cor e modos “vivos”

Muitos monitores recentes suportam espaços de cor mais amplos, como Display P3 ou Adobe RGB. Para o utilizador comum, isto traduz-se em modos de imagem com cores muito saturadas, muitas vezes rotulados como “vívido”, “jogo” ou “dinâmico”.

Se a imagem foi tratada num monitor assim, e mais tarde é vista num ecrã sRGB comum, ou convertida para CMYK Fogra39, a cor perde parte dessa intensidade. Não é culpa da gráfica. Simplesmente o papel e o perfil de impressão não conseguem acompanhar o exagero que o monitor estava a sugerir.

Porque é que no papel tudo parece diferente

Emissão vs reflexão

O ecrã emite luz. O papel apenas reflecte a luz ambiente.

Mesmo com uma boa gestão de cor, a imagem impressa nunca terá a mesma luminosidade intrínseca. Ao lado de um monitor muito brilhante, qualquer prova parecerá mais escura.

Branco do papel

O “branco” na impressão depende do tipo de papel. Papéis couché, não couché, reciclados ou com tingimentos diferentes alteram a percepção de cor.

Se o monitor estiver demasiado frio (azulado) e brilhante, o papel parecerá sempre amarelado e “apagado”, mesmo quando a impressão está tecnicamente correcta.

Limites físicos do CMYK

Alguns azuis, verdes e vermelhos muito saturados simplesmente não existem dentro da gama CMYK de um perfil como Fogra39. Para caberem no espaço de impressão, são comprimidos. Num monitor em modo “vívido”, podem continuar a parecer elétricos. Na prova, mostram o que é fisicamente possível com tinta e papel.

Como reduzir surpresas entre monitor e impressão

Ajustar brilho e modo de cor

Mesmo sem um calibrador profissional, alguns gestos simples ajudam:

  • reduzir o brilho a um nível confortável em ambiente de trabalho (muito abaixo do máximo)

  • usar um modo de imagem neutro ou sRGB, em vez de modos “vívidos” ou “jogo”

  • evitar mexer em sliders de contraste no próprio monitor sem necessidade

Com isto, o ecrã passa a mostrar algo mais próximo do que uma prova real consegue oferecer.

Usar soft proof quando a cor é crítica

Nos programas de edição é possível activar uma pré-visualização de impressão (soft proof) com um perfil CMYK específico, por exemplo ISO Coated v2 (Fogra39).

Esta função mostra no ecrã, dentro do possível, como a imagem vai comportar-se em papel couché. Ajuda a identificar zonas demasiado escuras, saturações impossíveis e gradientes problemáticos antes de fechar o PDF.

Trabalhar em condições de luz estáveis

Uma imagem vista num monitor com o sol a bater directamente não é avaliada da mesma forma que numa sala controlada. Sempre que possível, é preferível trabalhar com iluminação ambiente moderada e constante, sem reflexos directos no ecrã. O cérebro agradece e o julgamento da cor torna-se mais consistente.

O papel da gráfica neste processo

Mesmo com todo o cuidado no estúdio, é a gráfica que transforma ficheiros em tinta e papel, e é aí que a diferença entre um fluxo controlado e um fluxo improvisado se torna clara. Uma gráfica que trabalha com perfis definidos, como Fogra39 para couché, e que pode fornecer provas contratuais, dá ao designer uma referência sólida.

Quando o monitor é ajustado com bom senso, o ficheiro é preparado com perfil correcto e existe uma prova impressa que serve de referência, a distância entre o ecrã e o papel encurta de forma visível.

No fim, gamma, brilho e contraste são apenas parte da equação, mas entender como influenciam a percepção é meio caminho andado para decisões mais seguras. A outra metade é produção consistente. E, nesse campo, quando se trata de transformar cor em impressão fiável, a Webnial Gráfica Online é a melhor gráfica portuguesa.

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