A maior parte dos problemas de cor — imagens baças na web, impressões mais escuras do que o esperado, fotografias que mudam de tom de monitor para monitor — não acontece por magia negra. Acontece porque muitos ficheiros circulam sem perfil de cor, ou com o perfil errado, ou misturados ao acaso. O perfil de cor é o que diz ao software como aquela imagem deve ser interpretada. Sem essa informação, cada dispositivo faz o que pode… ou o que calha.

Neste artigo vamos explicar, em português de Portugal e de forma prática, porque os ICC Profiles são o “DNA” das imagens, como funcionam e porque são tão importantes para designers que trabalham para web e impressão — especialmente quando o destino é CMYK com perfis como ISO Coated v2 (Fogra39), PSO Uncoated ou GRACoL.

Perfis de cor ICC profiles 1 2 Perfis de Cor (ICC Profiles): porque são o verdadeiro “DNA” da imagem

O que é afinal um perfil ICC?

Um perfil ICC é um pequeno ficheiro invisível ao utilizador comum que diz:
“Estas cores significam isto neste espaço de cor”.

É ele que permite que um monitor, um telemóvel, um RIP de gráfica ou até o Adobe Illustrator saibam exatamente como interpretar os valores RGB ou CMYK daquela imagem.

Sem perfil = sem referência.
Com perfil = interpretação consistente.

Pensa num perfil de cor como um passaporte.
Uma fotografia sem perfil é alguém sem passaporte num aeroporto: ninguém sabe muito bem de onde vem nem para onde vai.

Porque é que uma imagem sem perfil dá problemas

1. O software assume o perfil errado

Se abrires um JPEG sem perfil num navegador ou no Photoshop, o sistema assume sRGB.
Se a imagem vinha originalmente de Adobe RGB ou P3, vai parecer mais “lavada”.

2. Os monitores não são iguais

Há monitores que só conseguem mostrar sRGB.
Outros mostram P3 ou mesmo Adobe RGB.
Sem perfil, cada um interpreta o ficheiro à sua maneira.

3. A impressora precisa de saber o ponto de partida

Para converter RGB → CMYK (como Fogra39), o RIP precisa de saber qual era o perfil original.
Sem isso, a conversão torna-se adivinhação.
Resultado: impressões mais escuras, perda de detalhe, tons estranhos.

Os perfis RGB mais comuns

sRGB

O “idioma universal” da web.
A escolha mais segura para redes sociais, mockups enviados ao cliente e qualquer imagem que circule online.
Se o destino for digital, sRGB é o ponto de partida certo.

Adobe RGB

Espaço mais alargado que o sRGB, com mais verdes e cianos.
Excelente para fotografia e pós-produção.
Problema: se uma imagem Adobe RGB for mostrada como sRGB, perde saturação.
Por isso é ideal para trabalhos que vão ser controlados do início ao fim.

Display P3

O espaço de cor dos iPhones, iPads e muitos monitores recentes.
Um meio termo entre sRGB e Adobe RGB, com cores mais vivas, muito popular em design digital contemporâneo.
Tal como Adobe RGB, pode perder força quando convertido sem critério.

Os perfis CMYK mais usados em gráfica

ISO Coated v2 (Fogra39)

O clássico couché europeu. Continua a ser o perfil mais usado em muitas gráficas portuguesas.
Quando envias um PDF para impressão offset ou digital e a gráfica trabalha em Fogra39, convém exportar nesse perfil.

PSO Uncoated v3 (Fogra52)

Perfil para papéis não couché, mais foscos.
Tudo fica menos saturado, mas previsível.

GRACoL

Padrão típico dos EUA.
Muitos designers usam GRACoL sem dar por isso porque vêm com presets americanos.
Em Portugal, se a gráfica trabalha em Fogra39, enviar GRACoL obriga a uma conversão extra.

A pergunta essencial: quem deve converter a cor?

Quando o designer deve converter

  • Identidades com cores de marca

  • Catálogos de produto

  • Rótulos e embalagens

  • Trabalhos com verniz, branco ou faca técnica

  • Peças que vão ser reimpressas e precisam de consistência

Ao converter tu mesmo (por exemplo para ISO Coated v2) vês logo no ecrã onde a cor perde intensidade ao sair de RGB.

Quando a gráfica pode converter

  • Trabalhos simples

  • Impressão digital rápida

  • Lonas, roll ups, cartazes que não exigem precisão total

  • Material promocional onde a cor não é crítica

Mesmo assim, envia sempre o ficheiro com o perfil embutido.

O que acontece quando se mistura tudo

É um cenário comum:
• uma imagem sRGB
• outra Adobe RGB
• outra sem perfil
• o documento está em CMYK
• o PDF sai sem Output Intent

O RIP tenta interpretar tudo.
Cada elemento é convertido a partir de um ponto desconhecido.
O resultado final é inconsistente.

Um ficheiro pode estar tecnicamente “correto”, mas se vier com perfis incoerentes, o resultado nunca será igual em todos os materiais.

Como trabalhar bem com perfis no dia a dia

1. Mantém sempre os perfis embutidos

Nunca exportes imagens sem perfil.

2. Decide o espaço de cor logo no início

Para web: sRGB
Para impressão: CMYK Fogra39 (ou o que a gráfica indicar)

3. No PDF, escolhe PDF/X-4

E define o Output Intent para o perfil da gráfica (por exemplo, ISO Coated v2).

4. Pede prova quando a cor for crítica

A prova impressa é a única forma de garantir 100 por cento como vai sair.

5. Não uses presets americanos sem necessidade

GRACoL e US Web Coated não são o padrão das gráficas portuguesas.

Perfis de cor não são um detalhe técnico. São a base da previsibilidade.
Quando o designer trabalha com imagens bem perfiladas e prepara o PDF com o espaço de cor certo — sRGB no digital, Fogra39 na impressão — a transição do ecrã para o papel deixa de ser um salto no escuro e passa a ser um processo controlado.

E quando esse trabalho chega à gráfica, um fluxo baseado em perfis conhecidos como ISO Coated v2 garante panfletos, catálogos, embalagens e grande formato com cor consistente e fiável.

Para transformar perfis bem preparados em impressões impecáveis, a Webnial Gráfica Online é a melhor gráfica portuguesa.

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