Quando pensamos em impressão, a maioria das pessoas imagina apenas máquinas modernas a cuspir folhas a cores ou impressoras digitais de alta velocidade. Mas a história da impressão e as suas curiosidades vão muito além disso. Há erros que se transformaram em clássicos, processos que exigiam uma paciência quase sobre-humana e até cores que ninguém no mundo pode usar sem autorização.
Neste artigo reunimos alguns factos curiosos sobre impressão que, provavelmente, não conhecia — perfeitos para despertar a sua curiosidade sobre o mundo do design gráfico impresso.
1. As primeiras “fontes” eram talhadas em madeira
Muito antes de Gutenberg revolucionar o mundo com os tipos móveis metálicos, as primeiras impressões eram feitas com blocos de madeira gravados à mão. Cada letra, cada detalhe, tinha de ser esculpido individualmente. Imagine o trabalho: preparar uma única página podia demorar dias. Este método era usado principalmente na China e no Japão, e é um dos marcos da história da impressão.
2. CMYK: mais sobre economia do que sobre cor
A maioria das pessoas pensa que o sistema CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto) foi escolhido apenas por razões técnicas, já que o papel não reproduz bem as cores RGB da luz. Mas a verdade é que houve também uma questão económica: imprimir o preto separadamente era muito mais barato do que criar um preto profundo misturando todas as cores. Esta decisão ajudou a reduzir custos e tornou-se o padrão mundial na impressão gráfica.
3. O cheiro de livro novo tem explicação científica
Se já abriu um livro acabado de imprimir e sentiu aquele aroma único, saiba que não é apenas nostalgia. O cheiro vem de compostos químicos chamados ligninas, presentes no papel, misturados com solventes e óleos usados na tinta de impressão. É tão marcante que há quem coleccione livros e revistas apenas pelo prazer olfativo.
E não é só no papel: gráficas offset e digitais têm o seu próprio “cheiro característico” que, para muitos designers e impressores, significa simplesmente “trabalho acabado de sair da máquina”.
4. Pantone 1837: a cor que não se pode comprar
O Pantone 1837 é um dos segredos mais bem guardados da indústria gráfica. Criada exclusivamente para a Tiffany & Co., esta tonalidade azul não está disponível no catálogo público Pantone. Só a marca pode usá-la, e qualquer tentativa de replicar é considerada infração de marca registada. É um exemplo fascinante de como a impressão e o branding se unem para criar identidade visual única.
5. Postais coloridos… pintados à mão
No início da era do postal ilustrado, as imagens eram impressas a preto e branco. Depois, coloristas aplicavam tinta manualmente sobre cada postal, um a um. O resultado era que cada exemplar era tecnicamente único — com pequenas diferenças de cor e detalhe. Este trabalho artesanal desapareceu com a impressão a cores em massa, mas hoje é muito valorizado por coleccionadores.
6. Os primeiros cartazes eram quase só texto
Hoje, no design gráfico impresso, a imagem é protagonista. Mas no século XIX, os cartazes publicitários eram dominados por texto. Isto acontecia porque imprimir imagens a cores era um processo caro e demorado. Só com o avanço das técnicas litográficas e offset é que as imagens começaram a ganhar destaque, mudando para sempre a forma de comunicar visualmente.
7. Um erro de impressão que vale milhares
Na década de 1930, nos Estados Unidos, um lote de notas de dólar saiu das máquinas com a parte de trás impressa ao contrário. A maioria foi destruída, mas algumas escaparam para circulação. Hoje, são peças raríssimas no mercado de colecionismo e podem valer milhares de dólares. Um exemplo perfeito de como um erro na impressão pode transformar algo banal numa peça de valor histórico.
8. O livro mais caro já impresso não é o que pensa
Quando se fala em livros valiosos, muitos pensam na Bíblia de Gutenberg. Mas o título de livro impresso mais caro vai para The Birds of America, de John James Audubon. Esta obra, repleta de ilustrações detalhadas de aves, foi impressa e depois pintada à mão, e já atingiu valores acima de 11 milhões de dólares em leilão.
9. Impressão com “erros de registo” que viram tendência
No mundo da impressão offset, um erro comum é o desalinhamento das cores — conhecido como “erro de registo”. No passado, era motivo para rejeitar o trabalho. Mas designers criativos começaram a usar este efeito de forma intencional para criar peças com um visual vibrante e desfasado. Hoje, esse estilo é usado deliberadamente para transmitir energia e estética “retro”.
10. Da colagem manual ao InDesign
Antes dos computadores, criar um layout para impressão envolvia literalmente cortar e colar elementos em folhas-guia, no processo chamado paste-up. Letras eram aplicadas com folhas de transferência (tipo Letraset), imagens eram fixadas com cola de spray e todo o trabalho precisava de ser fotografado para gerar as chapas de impressão. Qualquer erro exigia repetir tudo — algo impensável na era do “Ctrl+Z”.
Estes factos curiosos sobre impressão mostram que a história do design gráfico impresso é feita de engenho, criatividade e até de erros que acabaram por se tornar ícones. Desde cores secretas a livros milionários, passando por postais pintados à mão e notas impressas ao contrário, a indústria gráfica está repleta de histórias fascinantes que a maioria das pessoas desconhece.
Na Webnial Gráfica Online, acreditamos que conhecer o passado da impressão é também inspirar o futuro. Seja num cartão de visita, num catálogo ou num grande formato, cada peça que produzimos carrega não só a tecnologia mais recente, mas também um respeito profundo pela arte e história do design gráfico impresso.